Tema : História do mangá parte 5

shoujo mangá

Por Irlayne Silveira
Sábado, 13 de Fevereiro de 2015 – 14h21

História do mangá parte 5

Fonte: fuku-chan -www.lambiek.net , capitain America -www.mutantfrog.com 22/05/2007
Quadrinhos lançados no pós guerra.

A revista de quadrinhos publicada neste período foi produzida pelo “Shin Nippon Mangaka Kyokai” (Novo Grupo de Desenhistas de Quadrinhos do Japão), com apoio do governo.Uma das histórias em quadrinhos mais representativas desta época foi Fuku-Chan (o pequeno fuku), criado por Ryuichi Yokoyama. Tratava-se de um esperto garoto em aventuras cômicas. A série começou em 1936 no jornal Asahi Shimbum e continuou até 1973. Curiosamente, fuku-chan foi uma das histórias em quadrinhos japonesas que foram transformadas em contrapropaganda de guerra, tendo seu conteúdo reeditado pelos aliados, visto que os desenhos ocidentais não se mostravam eficientes em atingir os japoneses. As mudanças ocorridas após a segunda guerra mundial também afetam os quadrinhos japoneses resultando na sua ultima metamorfose: o mangá atual.

Tanto os personagens de quadrinhos americanos quanto os japoneses , serviram como veiculação ideológica na segunda guerra, ao seu próprio modo. Capitão américa (figura25) e Fuku chan(figura26) 1.6-

OS QUADRINHOS JAPONESES NO PERÍODO PÓS-GUERRA

Com a derrota e a rendição do Japão na Segunda Guerra Mundial, em 1945, houve a ocupação norte americana, sob o comando do general Douglas Macthur, que durou até 1952.A ocupação tinha a missão de eliminar a ideologia dos líderes japoneses do período pré-guerra . As pessoas estavam preocupadas em reconstruir suas próprias vidas, vencer a fome e a miséria e todos os prejuízos materiais e humanos causados pelos ataques nucleares em Hiroshima e Nagazaki. Nesses tempos difíceis, o poder aquisitivo era muito baixo, e havia a necessidade de se obter entretenimento barato. Algo que se tornou muito popular foram os kamishibai, ou teatros de papel. Eram histórias desenhadas à mão, em cartolinas, colocadas numa caixa, habilmente movidas a mão, acompanhadas de efeitos sonoros. Por meio desta técnica , os narradores iam pelas ruas contando histórias às crianças. Kamishibai era como um desenho animado manual e tinha muita relação com a linguagem dos quadrinhos.Os apresentadores não cobravam pelas apresentações, mas vendiam doces às crianças depois, que esperavam em algum lugar da vizinhança, junto com as mães . Esta atividade foi bastante praticada até a 1953, quando a televisão entrou em funcionamento no Japão. Grandes partes dos artistas desses desenhos tornaram-se mais tarde, famosos desenhistas de mangá. Enquanto que em Tóquio, os editores estavam desorganizados e as revistas de histórias em quadrinhos estavam caras em vista de o baixo poder aquisitivo do povo, em Osaka, os editores apostaram num tipo de revista em quadrinhos mais acessível, os chamados Akai-hon, ou livrinhos vermelhos. Era impresso em papel de baixa qualidade, o que barateava seu custo. Apesar de mal renumerados, os desenhistas tinham muita liberdade para criarem as histórias que quisessem desde que não atacassem os americanos em seu conteúdo.

2.1 OZAMU TESUKA Osamu Tesuka é a figura considerada mais importante da história dos quadrinhos japoneses, sendo até mesmo considerado o criador do mangá. Apesar da afirmativa estar incorreta, os quadrinhos japoneses tiveram suas características profundamente modificadas atravéz de sua obra , sendo assim correto afirmar que Osamu Tesuka é o criador do manga moderno. Suas principais inovações foram a narrativa visual inspirada no cinema, a temática dos quadrinhos e o traço marcante que influencia os desenhistas de quadrinhos do Japão até os dias atuais. Osamu Tesuka também foi pioneiro no campo da animação, criando a primeira série de “anime” em TV no japão bem como longas-metragens de animação para o cinema, inclusive voltada para o publico adulto.

Osamu Tesuka fonte: www.allocine.fr 25/07/2007

Nascido em 1926, formado em medicina, Tezuka era, desde pequeno, apaixonado por quadrinhos, entretenimento incentivado por seu pai, que lhe comprava muitos mangás. Ainda como estudante de medicina, desenhou histórias para as editoras de Osaka que publicavam os “livros vermelhos” (Akai Hon). Apesar do baixo salário, esta atividade serviu como incentivo inicial. Em 1941, aos 21 anos, criou o mangá “Shintakarajima” ( a nova ilha do tesouro), um sucesso de vendas chegando a quase 800 mil exemplares, causando uma revolução nos mangás pós-guerra. Tal sucesso é atribuído à introdução de efeitos cinematográficos na narrativa dos quadrinhos, o que segundo a pesquisadora Cristiane Sato, em sua matéria no site “Cultura Japonesa”, demonstrava sua enorme vontade de se trabalhar com desenhos animados: “Shin Takarajima” é, curiosamente, um “storyboard” de animação com balões de falas e onomatopéias…, Com esse trabalho, Tezuka iniciou sem querer uma revolução nos quadrinhos japoneses, quando o que ele na verdade desejava era apenas contar uma história em animação. Sua frustração em não poder realizar o desenho animado reverteu positivamente, trazendo ao mangá técnicas copiadas do cinema, ainda hoje muito utilizadas por todos os desenhistas.”

“shin takarajima”, de Osamu tesuka. Quase um “story board de animação, revela a grande vontade do mestre em trabalhar com desenhos animados. Fonte: www.du9.org 25/07/2007

Tezuka foi então convocado para trabalhar em duas revistas, Manga Shonen e Shonen, com duas histórias: Jungle Taitei(o imperador das selvas) e Atomu Taishi, que teve posteriormente o nome mudado para Tetsuwan Atomu( o poderoso átomo), sucessos absolutos que consagraram o desenhista. Estes dois mangás foram posteriormente transportados para a televisão na forma de desenhos animados (animes), sendo os primeiros desenhos animados japoneses a serem exportados.

fig-30 “jungle taitei” fonte: www.testblog.net 25/07/2007

ig-30”Tetsuwan Atomu”
Fonte: www.generation5.org 25/07/2007

Sua oportunidade com animação veio em 1959, tendo diso contratado pela produtora TOEI para co-dirigir o roteiro de “sayuki”, um longa- metragem de cinema que conta as aventuras de um macaquinho com poderes mágicos que ajuda um príncipe a voltar ao seu trono, baseado num conto chinês. Este trabalho motivou Tesuka a criar seu próprio estúdio de animação, a MUSHI production, em 1961. Para facilitar a produção, bem como reduzir os custos, tesuka adotou o sistema “limited animation”, técnica de animação onde se faz menos seqüências de desenhos. Mais precisamente, a primeira série de animação japonesa a ser lançada foi “Manga calendar”, realizada por outro estúdio, a Otogi Production, em 1962. Entretanto, poucos episódios foram produzidos e lançados irregularmente no ar. No ano seguinte, Tesuka lançou a versão em animê do mangá “Tetsuwan Atomu”. Esta série foi produzida e exibida semanalmente na TV por 3 anos, por esta regularidade, é considerada a primeira série de animê, de fato, na TV japonesa. No mesmo ano em que este animê foi exibido, outras 5 séries também foram lançadas, sendo elas: “Ginga Shõnen Tai” (ing. “Space Patrol”), série filmada em “stop-motion”, animação com bonecos, geralmente feitos com massa de modelar, também produzida pelo estúdio de Tezuka , a Mushi Production; “Ookami Shõnen Ken” ( “Ken, o Menino-Lobo”) da Toei Animation; “Eitoman” (título em português: “O Oitavo Homem”), “Tetsujin 28 Go” (também exibido no Brasil com o título. “Homem de Aço”) e “Sennin Buraku” (lit. “O Bairro dos Mestres”), estes últimos foram produzidos pela produtora Eiken, marcando o ano de 1963 como o início da indústria de animação japonesa.Em 1964, firmou um contrato com a rede de tv norte-americana ABC para a exibição de Tetsuwan Atomu, sendo a primeira série de anime a ser exibida internacionalmente, sendo que posteriormente outras produtoras exportaram suas séries para países da europa. As inovações vieram também com a produção do primeiro anime em cores, desta vez, uma versão em anime de outro manga de Tezuka, “Jungle Taitei” (“Kimba, o Leão Branco”). Em 1969, foi lançado o filme de animação “senya Ichiya Monotogari”(port. “as Mil e Uma Noites”), sendo o primeiro longa-metragem de animê para cinema direcionado ao publico adulto, com temas eróticos. Mais tarde, outros filmes com a mesma temática foram lançados pela produtora de Tezuka. Em 1973, porém, sua produtora faliu. Endividado, Tezuka se recuperou, mas dedicando integralmente aos mangás, só retornando ao campo da animação no ano de 1977, quando abriu a Tesuka Production, que ainda está em funcionamento. Tesuka falece em 1987, aos 62 anos, sua morte causou comoção nacional, e em sua homenagem há um museu dedicado à sua obra, na cidade de Takarazuka.

ig 31-museu Osamu Tesuka
Fonte: www.ikipedia.org 25/07/2007

Ainda em vida , foi homenageado pelos colegas com o título de “deus do mangá”, devido a grande influência que sua obra exerceu sobre a produção de mangás e animes e que pode ser notada até hoje. Sobre isto , a pesquisadora Cristiane Sato comenta: “A animação no Japão evoluiu em técnica e forma desde então, mas na essência nada de novo criou-se que não tivesse sido antes feito por ele. Questões éticas entre robótica e humanidade, terror para crianças e desenhos eróticos para adultos, a androginia, dramas de vida e morte em histórias aparentemente ingênuas e cômicas – tudo o que hoje caracteriza o animê na aparência e no conteúdo foi antes testado pelo visionário Tezuka.” Mas, sem dúvida, a principal influência de Tesuka foi seu inconfundível estilo de desenho, também sinônimo do que é chamado “traço mangá”. Assunto que será tratado a seguir. 2.3 O TRAÇO MANGÁ DE OSAMU TESUKA Ao se folhear as páginas de um mangá, ou assistindo a algum anime, o que mais chama a atenção da maioria das pessoas é o tamanho exagerado dos olhos dos personagens. Osamu Tesuka foi o primeiro desenhista a introduzir os enormes olhos, tanto em personagens masculinos quanto femininos. Dizia ter se inspirado nas atrizes do teatro de Takarazuka, cidade onde nasceu. Os olhos das atrizes pareciam muito aumentados pela forte maquiagem, que junto com a luz dos refletores, davam maior brilho no interior dos olhos, com as palavras do próprio Osamu: “… davam a impressão de conter uma estrela em seu interior”. Este efeito pode ser notado nas personagens de suas estórias, sendo imitado por outros desenhistas de mangá que vieram pouco depois do mestre, acrescentando suas modificações e assim, gerando uma diversidade a partir do estilo criado por Tesuka.

Anime- Sadamitsu the Destroyer – Um anime com cara de tokusatsu

Fonte: www.alphalink.com.au 26/07/2007

Fonte: www.japan-zone.com 26/07/2007

Acima (figura-33) a personagem “Safiri”, do mangá “A princesa e o cavaleiro.Em seguida (figura-33) ,atrizes do teatro popular da cidade de takarazuka, ao contrário do tradicional teatro kabuki, todos os papéis, os masculinos e femininos são interpretados por mulheres. A maquiagem teatral que marca a sombrancelha e os olhos influenciaram as personagens e o traço de Tezuka. Abaixo, o personagem “Black Jack”(figura-34), apresentando características que serviram de base para o estilo de desenhar dos desenhistas de mangá até os dias atuais: (1) cabelos pontiagudos e “desarrumados”; (2) sombrancelhas marcadas e olhos proporcionalmente grandes, com muitos reflexos em seu interior; (3) nariz simplificado, marcado somente pelo contorno lateral e sem narinas; (4)queixo alongado e triangular. Na figura 35, comparação com os traços mais atuais: “saint seiya” , de Masami Kurumada.

Fonte: www.blogs.ep3.es. 26/07/2007 fonte: www.ubcfumetti.com 26/07/2007

2.3-OS “SEGUIDORES” DE TEZUKA

The Mandalorian Eps 8 – Uma série divertida

O sucesso de Ossamu Tezuka nos anos 50, abriu as portas para que os quadrinhos se tornassem um meio acessível para outros desenhistas. Dos vários nomes que apareceram nesta época, destacaremos dois desenhistas por sua importância na história recente dos mangás , por serem os mais conhecidos no ocidente e por também influenciarem bastante a produção de quadrinhos e desenhos animados no ocidente, assunto principal deste trabalho. São eles, Shotaro Ishinomori e Reiji Matsumoto.
Shotaro Ishinomori(1938-1998).
Considerado por muitos o segundo nome do mangá depois de Tezuka, seu mentor.Na verdade , Shotaro Ishinomori é o nome artístico de Shotaro Onodera. A mudança de sobrenome foi uma homenagem do quadrinhista a Ishinomori, cidade onde nasceu no dia 25/01/1938.
Seus traços tem forte influência dos desenhos de Tezuka, com quem trabalhou como assistente, na re-edição dos mangás de “Astro Boy”(“tetsuwan Atomu”), tendo sido contratado após vencer um concurso de novos talentos em 1955 para a revista “Shonen Mangá”.
Entre suas inúmeras criações, destacan-se o mangá e animê “Cyborg 009”, o primeiro time de super-heróis do japão. Muitos dos seus heróis foram adaptados para séries de tv filmadas com atores reais, conhecidas no Japão como “tokusatsu”, como é o caso do super-herói inseto “kamen rider”, seu personagem mais famoso. Até hoje o super herói inseto ganha novas versões na tv japonesa. Kamen Rider tem as características básicas dos heróis das histórias de shotaro: construído por uma organização secreta para fins destruitivos, o herói se volta contra seus criadores e passa a lutar pela humanidade. Shotaro inverteu o estereotipo da aparência do herói, criando para eles armaduras com feições ameaçadoras e vestes negras, geralmente características atribuídas aos vilões. Segundo ele, a cor negra nos seus heróis não é somente um indicativo de que havia um mal desde o início, mas a cor preta representa também muita força.
Shotaro também é responsável pela criação de um formato de grupo de super heróis que até hoje é sucesso mundialmente, o “super sentai”. Trata-se de um grupo de cinco heróis, cada um vestindo um uniforme de uma cor, comandando respectivamente um super veículo e enfrentando inimigos poderosos. A primeira série neste estilo criada por Shotaro Ishinomori foi “himitsu sentai Go ranger”( esquadrão dos sonhos, Go Ranger), e é o precursor da conhecida franquia nipo-americana “power rangers”.
Em 1963, ele fundou com Shinichi Suzuki e outros o Studio Zero, produtora de animês de bastante sucesso.
Shotaro Ishinomori falaceu em 1998. Em 2001, foi fundado um museu em sua homenagem na cidade de Ishinomaki.

Shotaro ishinomori fonte:www.wikipedia.org 27/07/2007

Fig 26

fonte: www.nihonsite.com.br

fig 37: fonte: www.ishimoripro.com 28/07/2007

figura 36- cyborg-009, seu anime mais conhecido. Abaixo(figura 37) ,” Jinzo Ningen Kikaida ”, versão em mangá do andróide kikaider, que também foi um dos inúmeros personagens de shotaro ishinomori a serem transformados em séries de super heróis com atores reais(tokusatsu). O mestre popularizou a palavra “henshin”, que pode ser traduzida como “metamorfose”. Apalavra acabou por ser um termo que define todo um gênero de super heróis japoneses , tendo sido usada pela primeira vez por shotaro ishinomori em seu mangá chamado Kamen rider(figura-38). O sombrio motoqueiro com armadura de inseto ganhou seriados com atores reais e ganha novas versões a cada ano (figura-35)

Fig-38

fonte: “the kamen rider´s artbook”.

Fig 39

nihonsite.fonte: imagens coletadas e editadas dos sites www.ultramanstuff.com e www.friendster.com 27/08/2007

Fonte : http://www.geocities.com/kikaidafan/Gorangers.htmlb

Reiji matsumoto é o nome artístico de akira matsumoto. Nasceu em 25 de janeiro de1938, e é um conhecido mangaka e produtor de animês. Iniciou sua carreira em 1953. Nos primeiros anos de sua carreira, Reiji Matsumoto desenhava Shojo mangá (mangás para garotas). Seu primeiro trabalho de destaque foi “Otoko Oidon”, a saga de um jovem que se praparava para prestas exames para uma Universidade.No mesmo ano(1971) , ele começou uma série de histórias curtas ambientadas na terceira guerra mundial. Em 1974 ele lançou seu trabalho mais conhecido, “Uchu Senkan Yamato”( encouraçado espacial Yamato) e em 1977 mais outros dois mangás de sucesso: “Captain Harlock “e “Galaxy Express 999”. Posteriormente, estes títulos foram lançados como animês, alcançando bastante sucesso também em outros países, o que tornou Reiji Matsumoto conhecido mundialmente. Nos anos 80, o autor ficou praticamente inativo, vindo a ser lembrado novamente nos anos 90, com uma série de re-lançamentos de seus animês e mangás. Em 2003, Reiji Matsumoto teve projeção mundial atravéz do longa metragem de animação chamado “Interstella 5555: The 5tory of the 5ecret 5tar 5ystem”. Tratava-se de uma experiência audio-visual concebida pelo grupo de música “ techno” francês” Daft Punk”. Sem falas, o filme inteiro era como que uma colagem de video-clips das músicas do grupo, animados ao estilo de Matsumoto. Unidos, estes clips formavam uma história com início, meio e fim. Suas histórias de ficção científica são marcadas por heróis trágicos, com alta carga dramática. O que o diferencia de outros autores, é que os protagonistas de suas histórias morrem em combate, também não há aquela divisão fácil entre o “bem” e o “mal”, tanto os “heróis” quantos os “vilões” acreditam fortemente nas causas em que lutam. Suas personagens femininos são mulheres altas e esbeltas, de aparência frágil, mas com forte determinação e muitas vezes mostradas como divindades. Os personagens masculinos possuem habilidades que os destacam dos demais. Seu estilo é caracterizado por heróis trágicos: mulheres altas, magras e com aparência frágil, porém de forte determinação e, em alguns casos, com poderes divinos. Já com relação aos homens, muitos demonstram habilidades especiais que os destacam dentre os outros, além da recorrente determinação. Casos amorosos entre pessoas de temperamentos diferentes também são muito explorados, além de muitas espaçonaves e batalhas espaciais, onde frequentemente algum personagem recorre a aos extremos, como ataques “kamikazes”, referencias ao ideal do soldado japonês. O cruzador espacial yamato, foi inspirado num encouraçado japonês afundado durante a Seguda Guerra Mundial. Na hstória, o navio de guerra foi convertido numa espaçonave de combate. O “desing” em forma de navio virou uma referência nao só entre outros animês de ficção científica , mas também a idéia foi aproveitada em diversos filmes, desenhos animados e jogos eletrônicos. No famoso jogo de estratégia de guerra futurista da fabricante americana “Blizzard”, “star craft”, o animê foi homenageado com um iten de reforço das naves de guerra, o “yamato gun”, tratea-se de um canhão enorme no nariz do veículo, exatamente como no antigo animê. Com 66 anos, o autor anida está em atividade.

fig-41 reiji matsumoto
Fonte: www.nipponkaigi.org 28/08/2007

fig-42 “yamato” fonte: www.smithedantas.com.br/yama/yamato.htm

fig-43 página do mangá “captain harlock” fonte:www. lambiek.net 28/08/2007

Fonte: www.punio.blogspot.com 28/08/2007

fig 44- imagem promocional do filme musical da banda francesa daft punk em associação com Reiji matsumoto, “intrestella 5555”

Fonte das imagens abaixo:imagens obtidas e editadas a partir dos respectivos sites: www.youtube.com e www.starcraftnews.com 26/08/2007

fig-45-cena do disparo

Imagem promocional do jogo eletrônico “star craft”, apresentando uma espaço nave disparando a arma “yamato gun” , uma homenagem ao animê. Muitos dos conceitos presentes na saga da tripulação do encouraçado yamato estão presentes na triologia cinematog´rafica “star wars”, de George Lucas: As batalhas espaciais eram inspiradas em sequencias de batalhas aéreas de antigos filmes sobre a segunda guerra mundial, inclusive no desing das espaço-naves; os uniformes dos vilões inspirados nos uniformes do exercito alemão; a participação de um personagem robô de personalidade arredia que possui multiplas utilidades, é só comparar a semelhança entre os robôs “ iq-9” e “r2d2(figura 46); uma super fortaleza do tamanho de um satélite natural que só poderia ser destruída por dentro. Tais semelhanças fizeram com que críticos de televisão americanos fizessem duras objeções contra o animê quando foi exibido na tv americana em 1979, segundo eles, tratava-se “uma versão japonesa de star wars em animação”, no entanto, o mangá foi feito em 1971 e os animês produzidos 3 anos antes do lançamento do filme star wars.

Fonte: sports.gearlive.com fonte: www.bricabraque.com 26/ 08/2007

Capítulo-3
AS INFLUENCIAS DO MANGÁ NO OCIDENTE

Como foi mencionado anteriormente, a arte sequencial japonesa incorporou os elementos dos quadrinhos que chegaram com a influência do ocidente. Influencias que transformaram os mangás em quadrinhos adaptados à cultura japonesa. Com as inovações de Osamu Tezuka ao mangá e o surgimento da produção de desenhos animados japoneses, os animês, esta influência que foi trazida de fora do japão começa a fazer o caminho inverso, saindo do Japão para o ocidente. Este processo teve início com a exibição do anime Astro Boy(tetsuwa Atomu) à rede de tv estadosunidense NBC, alcançando um notável índice de audiência infantil, no ano de 1969, como já anteriormente mostrado, mas os animes tiveram sua expansão em escala bem maior nas décadas seguintes , tendo como um dos principais responsáveis, o mangáka Go Nagai .
3.1- GO NAGAI E O PROCESSO DE EXPANSÃO DOS ANIMÊS NO OCIDENTE

fig-47 Go Nagai fonte: www.tv-aichi.co.jp 28/08/2007

Na década de 70, diversas séries de animação criadas pelo desenhista Go Nagai, ex-aluno de Shotaro Ishinomori, eram estreladas por fantásticos robô gigantes. Tal tendência praticamente se transformou em sinônimo de desenhos japoneses nos anos 70 e 80, pois foram os animes mais populares e mais exportados neste período. A pesquisadora de mangás Sonya Bibe Luyten descreve estes robôs como “guerreiros samurais futuristas”. Até então, os robôs eram retratados nos mangás como sendo de dois tipos: ou tendo personalidade própria(inteligência artificial), ou obedecendo terceiros por meio de algum aparelho de controle remoto. Go Nagai imaginou um robô que pudesse ser controlado por dentro como um veículo. Cria-se dentro dos animes, um sub-estilo chamado de “meka-animês” (“meka” vem de uma contração da palavra inglesa “mechanical”, em português, mecânico). Nestes animês os robôs funcionam como um tipo de armadura futurista, e possuem a mesma importância dos personagens humanos.

fig-48 “Mazinger” o primeiro robô gigante pilotável, criação de Go Nagai, deu origem a uma linha de mangás animes e brinquedos que popularizou os desenhos animados japoneses em diversos países do mundo.

fig-49 Grendizer, um dos robôs gigantes mais populares cirados por Go Nagai. Fonte: www.muntada.islamtoday.net 28/082007
Fonte: www.gearsonline.net 28/08/2007

Fig- 50 Os “mechs” , ou animes de robôs gigantes, constituem um grande grupo dentro do universo dos animes. Com o passar dos anos, o desenho destes robôs foi se sofisticando a ponto de ganhar um realismo convincente. Surgiram robôs que se convertiam em diversos tipos de veículos ou em animais, bem como, robôs que combinados entre si, formavam um robô ainda maior.
A influência dos animes de Go Nagai culminou com uma mania entre as crianças do mundo inteiro nos anos 90, os “transformers”. Os famosos carros(e mais tarde, outros veículos como aviões ,motos e até trens) que se convertem em robôs, do desenho animado patrocinado pela industria de brinquedos norte-americana Hasbro, teve seu início com um contrato com a fabrica japonesa “takara”, adquirindo os direitos de distribuírem nos EUA os brinquedos das séries “Diaclone” e “Microman”.

Fig-51- a série de brinquedos inspirada nos animes de Go Nagai ,“diaclone”, uma das linhas de brinquedos que deu origem ao famoso desenho animado e dos brinquedos da linha “transformers”.fonte:www.diaclone.net 28/08/2007.